Poucos
livros que tratam de negócios e gestão de maneira
declaradamente descomplicada me convencem. Soam, em maioria, como uma
autoajuda empresarial, do tipo que passo longe já há algum
tempo. Eis que o namorado sugere a leitura de
“Rework”, alegando ser um livro diferente. Não é que é
mesmo?
O livro traz
diversos capítulos (pequenos e diretos) com conselhos sobre como
iniciar e manter um negócio no cenário mundial, buscando combater
premissas comuns no campo da Administração sobre a obtenção do
sucesso no mundo corporativo. Baseia-se na experiência dos seus autores, Jason
Fried e David H. Hansson.
Ideal tanto para o pequeno empreendedor quanto para
aquele que simplesmente deseja conhecer uma visão diferente
sobre como gerenciar um negócio. Para quem tiver aprendendo inglês ou
já dominar bem o idioma, recomendo a leitura do original em inglês, é
bem simples.
Naturalmente, não pretendo esgotar os assuntos tratados no livro,
mas selecionei algumas ideias expostas nele que de alguma forma
mudaram minha maneira de pensar ou reafirmaram posturas nas quais
acredito. Seguem essas pontuações mescladas em meus comentários:
A maneira mais fácil e estratégica de criar um grande
produto ou serviço é fazer algo que você mesmo queira usar.
Quebre "a grande coisa" em pequenas coisas. Quanto
menores elas são, mais facilmente administráveis elas se tornam. O mesmo serve
para listas de tarefas. Se você tem uma lista com 100 tarefas, essa
lista nunca será completada. Quebre-a, por exemplo, em 10
listas de 10 tarefas (essa está sendo bem útil para mim, por sinal).
Trabalhar mais não significa se importar mais ou obter mais resultado.
Só significa trabalhar mais. Busque a qualidade e não a
quantidade dos seus colaboradores. Outra: não os restrinja ou os deixe
dependentes de ordens e permissões para simples ações no cotidiano. Promova
uma cultura de confiança e liberdade. Aliás, pessoas
precisam de um momento de descontração.
O momento certo nunca chegará. Você estará sempre muito jovem ou velho,
ou ocupado ou quebrado, para fazer alguma coisa diferente.
Pessoas e situações mudam. Você não pode ser tudo para todos. Empresas
precisam ser reais para um tipo de cliente muito mais do que para um
específico cliente com mudanças de necessidades.
Construa uma audiência para o seu negócio. Fale, escreva, use blog, twitter... O que seja. Compartilhe informação relevante e faça,
gradativamente, as pessoas se interessarem no que você tem a dizer.
Currículos não devem ser critérios decisivos na contratação.
Não é difícil construir um bom currículo, sobretudo quando as
informações que ali constam quase nunca são
passíveis de conferência. Prefira cartas de apresentação.
São personalizadas e mostram como a pessoa expressa seus
pensamentos sobre a organização e seu possível papel na mesma. Por
sinal, contrate bons escritores. Eles conseguem explicitar seus pensamentos
com mais facilidade.
Exigir experiência de X anos em X área é um critério
vago. Isso diz um número, o que não carrega, por si só, nenhum
significado.
Dê você mesmo as más notícias na sua empresa, em tempo hábil.
Evite que elas se espalhem por meios informais e estejam sujeitas a
todo tipo de distorção. Seja franco com seus colaboradores. Além
disso, não tenha medo de pedir perdão, de maneira clara,
quando você realmente tiver cometido um erro.
Concordam? Discordam?
Para mais: leiam o livro ou se joguem no mercado em busca de experiência
e aprendizado. De preferência, façam os dois!
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