10 de set. de 2013

Relicário novo

Qual a melhor maneira de agir?
Não é tão simples, não há como saber
Entre as possibilidades e dilemas
Só nos resta, então, entender
Que o abismo das palavras não-ditas
- da vontade e do realmente fazer -
separa tudo aquilo que somos
do que poderíamos ser.

Esse texto era do meu primeiro blog, criado em 2006, se não me engano... Era aberto apenas para mim, naturalmente. Encontrar meus devaneios passados me fez ter boas lembranças daquela época (antes que digam que sou muito nova, saudosismo não tem idade). Escrever, na minha ótica, era um processo de provação, mesmo que eu não mostrasse a ninguém... Pensava que quando escrevesse bem, depois de muito praticar, finalmente poderia mostrar aos outros, que iriam reconhecer isso.

Bom, esse dia de escrever bem nunca chegou, segundo meu senso crítico, mas felizmente quebrei o bloqueio de mostrar. Foi quando, aos poucos e fingindo casualidade, apresentei meus textinhos tortos para alguns amigos e, posteriormente, abri este blog. O pressuposto que mudou minha atitude foi bem simples, mas não percebi isso sem esforço.

Eu escrevo muito do que sou, sinto, penso, discordo, acho curioso, tento desvelar... que seja. "O que" e "como" o faço vão refletir algo de mim. Há sempre a questão da técnica, claro. Mas vale mesmo é que ali tem algum registro meu.

Quando eu, sendo o bicho humano estranho e peculiar que sou, traduzo em palavras algo significativo para outra pessoa, sinto-me menos sozinha. Por isso, hoje, ao meu ver, escrever não é mais uma provação. É aproximação. De mim, dos os outros e das combinações de palavras que ainda estão por vir.

Um comentário:

  1. Bel, amei o textinho! Vou colocar como status no face haha ;) Saudade de tu linda. Bjoo

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